O Profissão Repórter desta terça, 10/05, mostrou de maneira brilhante, como vivem os artistas que aprenderam a enfrentar as dificuldades e se tornaram febre no Brasil inteiro, e como eles conseguiram driblar a pirataria e a falta de espaço na grande mídia para fazer a sua divulgação. O que mais me empolgou foi tão conhecida “indústria do alô”, tão presente no mundo forrozeiro. Quem nunca baixou ou ganhou em porta de show um CD e se deparou com nomes como “HENRIQUE CDS”, “STENIO CDS,” “JÚNIOR MORAL - O REI DA NTERNET”, e seus patrocinadores, que viraram celebridades no mundo forrozeiro.
Criticado por muitos, este mercado que envolve grandes cifras, é responsável pelo “estouro” de muitas bandas de forró, e movimenta não só o mundo da música, como também várias empresas, transformando um mercado que era taxado como pirata, em uma grande porta ao estrelato e a realização financeira.
Ficou tão comum a divulgação durante as músicas que muita gente acha estranho um cd de estúdio, sem todos aqueles alôs, parece que falta algo na música.
O programa mostrou como é o trabalho destes gravadores e como eles fazem pra conseguir que seus patrocinadores possam ter seus nomes anunciados no meio da festa. É um trabalho que envolve muito esforço e uma constante atualização do material, sob o risco de ficar ultrapassado em um curto espaço de tempo.
Três dos grandes referenciais da gravação de shows no nordeste foram entrevistados ontem. HENRIQUE CDS, STENIO CDS e JÚNIOR MORAL são, os nomes mais conhecidos e seus CDs tem uma enxurrada de downloads através de sites, blogs e redes sociais. São a prova de o quanto esse mercado pode ser lucrativo.
Infelizmente o que se viu ontem, fora algumas exceções, foi uma disputa mútua pra saber quem era o queridinho dos downloads. Os grande espaço disponibilizado pela globo foi utilizado simplesmente para troca de ofensas e uma briga sem sentido pra saber quem começou com as gravações de shows.
Pelo que ficou demonstrado, assim como algumas bandas, há também muita desunião entre os gravadores, o que enfraquece e muito o nosso ritmo. Cadê a “GANG DO SUCESSO” que o Wesley Safadão tanto falava?
Não estou aqui para criticar ninguém, sou uma amante do forró em todas as suas vertentes, pois este é o único ritmo 100% nordestino, e que mostra a forca da nossa cultura. Me criei ouvindo o “OXENTE MUSIC” de bandas como Mastruz com Leite e Forró Maior, passei minha adolescência curtindo bandas românticas como Calcinha Preta, Limão com Mel e Magníficos, e passei a minha faculdade ouvindo as metaleiras e a pegada de bandas como Aviões do Forró, Garota Safada e Saia Rodada, além do bom e velho xote que nunca abandonei.
Quanto às gravações, elas já eram feitas em K7 nos anos 90.
Eu dou os parabéns a todos os gravadores, sem exceção, vocês elevarão o forró a outro nível, muito mais tecnológico e com equipamentos que nunca foram sequer imaginados, trazendo muita qualidade nas apresentações e nas gravações.
Para que o forró chegue realmente ao patamar que lhe é de direito e tenha o reconhecimento e aclamação nacional e internacional, é necessário uma mudança de comportamento. Todos tem espaço, o que precisa é uma maior interação e respeito entres todos que batalham neste que é melhor ritmo do mundo.
E VIVA AO FORRÓ!!!!!